sexta-feira, 27 de maio de 2011

José Thomaz de Aquino Menezes

           José Thomaz de Aquino Menezes, Padre – Filho de Misael da Graça e Maria Joaquina de Menezes, nasceu a 7 de março de 1889 na vila de Gararu. Fez seus estudos no Seminário de Olinda onde recebeu o Presbiterato em 16 de novembro de 1913, e a 27 de novembro do mesmo ano celebrou sua primeira missa na matriz da cidade de Gameleira no Estado de Pernambuco. Em 5 de março de 1908, quando ainda cursava Filosofia, fez o seu primeiro sermão na capela do dito Seminário, sobre Santo Thomaz de Aquino no tríduo que precede a celebração da festa que todos os anos ali se faz em honra do Angélico Doutor. 
        De 1908 até a data de sua ordenação lecionou sucessivamente português, latim, história universal do Brasil na legendária casa de formação eclesiástica, e, ainda, história natural e latim no colégio Diocesano daquela cidade no ano de 1913. Em 8 de janeiro de 1914 foi nomeado coadjutor de Goiana, Estado de Pernambuco, freguesia que passou a dirigir na ausência do respectivo vigário. Nessa cidade fundou com o Rvmo. Pe. Silvino Guedes, o Colégio D. Luiz no qual trabalhou até 4 de janeiro de 1916, data em que foi chamado para reger novamente uma das cadeiras do Seminário, onde foi um dos mais prestimosos lentes. Manifestando desde os primeiros anos gosto pela poesia, nota-se nos seus versos prodigiosa imaginação, revelada em estilo simples e harmonioso. Entre as suas melhores produções apontam-se os sonetos: Mãe, Sub vesperum, Despedida, Saudade, 13 de maio e A Mãe do Jangadeiro, que o leitor apreciará: 

Ela de longe mesmo conhecia 
A vela branca da jangada e quando 
Do coqueiral, a tarde, o vento brando 
As palhas balouçava e o sol morria... 

Mãe, ela vinha ver se descobria, 
Entre as velas que, o verde mar cortando, 
Iam à praia aligeras chegando, 
E que por ser do filho ela queria. 

E uma tarde veio... As vagas tanto 
Nunca ouvira chorar; tão negro manto 
Nunca estendera a noite assim no céu! 

A jangada tardava... Filho!... Vela!... 
Pôs a gritar a pobre; e aos pés dela 
Uma das ondas murmurou: Morreu! 

        Quando o Brasil acompanhando as nações aliadas entrou no flagelo que foi a guerra européia, a mocidade do Amazonas em uma reunião solene a que ele assistia como representante da autoridade eclesiástica, o aclamou seu intérprete e nessa ocasião ele fez a sua “Oração à Pátria”. Nas festas que a colônia sergipana promoveu na passagem da gloriosa data da emancipação de Sergipe, foi o Pe. Thomaz de Aquino escolhido pelos seus conterrâneos para o orador. 
          Exerceu conjuntamente os cargos de Secretário do Bispado e Cura da Catedral de Manaus e nesse caráter celebrou missa numa das praças de Manaus, tendo de falar à multidão por ocasião das festas do primeiro centenário da Independência. No Ginásio Amazonense dirige a cadeira do Latim para a qual foi nomeado depois de concurso público em 9 de novembro de 1920. Militando na imprensa tem colaborado na “Tribuna Religiosa”, em Pernambuco e em outros jornais e revistas do País, e foi um dos fundadores do “Pão da Vida”, “Revista Eucarística” que saiu do Seminário de Olinda em 1916. Tem usado os pseudônimos Gil do Valle, X. Pio, além de outros de ocasião. Faz parte do Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas, como de algumas Sociedades eclesiásticas e civis. Tem inéditas algumas poesias, sermões, discursos e orações patrióticas. 

Escreveu: 

– Dias de Glória: dialogo levado à cena no palco do Seminário de Olinda em 1911, quando ainda o autor estudava Teologia. Inédito. 
– O Latim na História. Lexiologia Latina: trabalho de Concurso à Cadeira de Latim do Ginásio Amazonense. Manaus, 1920, 70 págs. in. 8º. Oficinas Gráficas da Papelaria Velho Lino, de Lino Aguiar & Cia. Irmão. Nesse trabalho apresentou uma monografia sobre a morfologia latina. 
– Oração congratulatória pronunciada em público por ocasião da adesão do Amazonas à Independência do Brasil. 7 de setembro de 1922.

Fonte: Dicionário Biobliográfico Sergipano, de Armindo Guaraná. Pedro Souza, todos os direitos reservados.