Por Clarkson Ramos Moura*
Os
Gararuenses, natos ou afetivos, que temos 40 anos, ou mais, de idade e
convivência, e que constituímos parcela expressiva do atual Povo de nossa
Cidade e de nosso Município -- Gararu -- lembramo-nos de um saudoso e real
personagem, "Anjo Meleiro": brasileiro, descendente de escravos, de
naturalidade incerta (dizia-se de Propriá), sem lenço e sem documento,
analfabeto, católico, corpulento, alto, cego d'olho direito, cabelo
encarapinhado e grisalho, vestido de roupa surrada e encardida, pés descalços,
comunicativo, inofensivo, vulgo "Meleiro". Segundo declarações
próprias, teria alcançado o estado de escravidão de seus pais. Era a servil
reprodução fisionômica do imortal poeta português, Luís Vaz de Camões, autor de
obras-primas das Literaturas Portuguesa e Mundial, entre elas, "Os
Lusíadas".