quarta-feira, 6 de julho de 2011

História de Gararu

"Gararu nasceu de um curral de pedras. Município ribeirinho perdeu parte de suas terras para Itabi e Nossa Senhora da Glória."

           A cidade de Gararu, a 161 quilômetros da capital, primitivamente chamou-se Curral de Pedras, em decorrência da grande quantidade de currais construídos com paredes feitas literalmente com pedras. Como aquele terreno era bastante pedregoso, os primeiros criadores aproveitaram as pedras para fazer cercados à beira do Rio São Francisco, onde prenderam seus rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos.
     No início do século XVII, segundo historiadores, as terras onde está implantado o município pertenciam a Tomé da Rocha Malheiros, obtidas através de sesmaria de dez léguas, a partir da Serra da Tabanga em direção ao sertão. Outra versão diz que a primeira penetração se deu com os colonos portugueses que foram refugiar-se na serra, fugidos do ataque dos holandeses, iniciado em 1637.
Tempos depois, os refugiados deixaram as terras, que foram ocupadas por uma tribo indígena, cujo cacique se chamava Gararu, nome colocado posteriormente no município. Esses índios teriam sido catequizados pelos jesuítas, possivelmente da missão de São Pedro, fundada no século XVIII.
Construção da capela

      Com a saída dos jesuítas, em decorrência de uma medida tomada pelo Marquês de Pombal, a aldeia foi povoada por sitiantes. O espírito de religiosidade dos moradores incentivou a construção de uma capela, com a invocação do Nosso Senhor Bom Jesus dos Aflitos.
        Essa simples capela foi transformada, pela resolução nº 473, de 28 de março de 1857, em sede da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Porto da Folha. Mas em 10 de abril de 1875, a povoação de Curral de Pedras passava a ser sede da freguesia de Nosso Senhor Bom Jesus dos Aflitos, desmembrada da de Nossa Senhora da Conceição da Ilha do Ouro.
        A resolução nº 1.038, de 28 de março de 1876, delimitou a área do município e mudou o nome para Gararu, que ficou constituído por 34 povoados, destacando-se hoje São Mateus, Lagoa Primeira, Lagoa Funda, Brandão, Tijuco, Palestina e Lagoa do Porco. Gararu já perdeu parte de suas terras para a criação de outros dois municípios: Nossa Senhora da Glória e Itabi.
      Desde a sua criação, Gararu tem tido uma evolução muito lenta em relação a outros municípios, inclusive de alguns que já foi sede. A construção da hidrelétrica de Xingó também prejudicou o progresso da cidade, que tinha na piscicultura sua principal atividade econômica, seguida da rizicultura. Mas a pouca vazão das águas causou a escassez dos peixes e acabou com a produção do arroz, provocando o fechamento das duas fábricas beneficiadoras do produto que era vendido nas feiras livres.

O Rio São Francisco era um encanto
       A moradora Serafina Araújo de Andrade, 85 anos, diz que sente saudades do antigo Rio São Francisco. “O rio era um encanto, a coisa mais linda do mundo. A procissão do Bom Jesus era uma beleza. A várzea era a riqueza da pobreza. Nas cheias o povo plantava arroz, e quando secava, plantava milho e feijão”, lembra ela.
      Outra coisa que Serafina diz sentir falta é das antigas festas de Natal. “Aqui era bem animado. A marujada, o guerreiro, reisado, pastoril... Tinha muita coisa pra gente se divertir. Eu mesma saía de porta-bandeira na micareme, cantando Zé Pereira. Mas hoje tem outras coisas”, diz ela.
       Genelita Medeiros, 53 anos, proprietária do Hotel Beira Rio, reforça que é muito triste ver o Velho Chico secando. “O rio não tem mais correnteza. O local que a Deso capta água para abastecer a cidade virou um poço de água parada. Ele é ainda prejudicado pelos esgotos das casas que são todos jogados diretamente no rio”, lamenta ela.

Potencialidades turísticas do município
 
Buraco de Maria Pereira - local na Serra da Tabanga que teria servido de esconderijo para uma mulher que lhe emprestou o nome. A vegetação abundante não permite o acesso, apenas visível de barco pelo Rio São Francisco. O percurso, de 11 minutos, tem início no Porto Baixo.

Praia do Oiteiro - Distante 15 minutos de barco ou quatro quilômetros de carro. Apresenta relevo suavemente ondulado com ocorrência de dunas de areia fina e dourada. O local é propício para o banho. Como não existe formação rochosa, a navegação no trecho é facilitada.

Igreja Bom Jesus dos Aflitos - Não se sabe ao certo a data da construção da igreja. O ano de 1910, que figura na fachada, corresponde à data de reconstrução da torre. O altar, ricamente ornado, abriga as imagens de madeira do Bom Jesus dos Aflitos, de Nossa Senhora da Conceição e de São José.
 
Trilha do Diogo (sítio arqueológico) - Após percorrer 42 quilômetros de carro, tem início a caminhada por entre as rochas. A trilha atravessa uma vegetação de caatingas, o que dificulta a caminhada. Depois de 500 metros começa a subida do morro, aproximadamente cem metros, onde existem inscrições rupestres (gravação nas rochas).

Alguns filhos ilustres do município
 
Padre José Tomaz de Aquino Menezes - poeta, professor do Ginásio Amazonense e jornalista
Wolney Brito - médico veterinário e presidente da Emdagro
Flamarion Luiz Tavares - médico cirurgião
Sérgio Murilo Pereira - clínico
Clarkson Ramos Moura - advogado
Luciana Araújo - advogada
As irmãs Florice e Floristéia Brito - assistentes sociais  
João Everton Melo - cirurgião dentista
Valdúilio Vieira da Rocha - Graduado em Serviço Social, Letras Português, Inglish. Francais. Latim, Pedagogia. Mestre em Filosofia Linguística e Psicologia e estudante do curso de Biologia pela UFS.  

Obs. Olá meus internautas como faltava muita coisa para escrever resolvi colocar toda a historia aqui em baixo em digitalização para ler ou imprimir clique sobre a foto e quando abri de um clique  mais para aumentar o tamanho. Agradeço a compressão de todos.                                   
                                         FONTE: Revista do CINFORM MUNICIPÍOS

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